segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Negligenciando



Do nada nem bom dia, nem dia.
Não ligo, nem ligo.
Num fio de pensamento.
A fala muda não muda.
Engasgando a saudade.
Dias e dias, noticias tudo mudou.
Flores na estrada e tudo é flores, risos, abraços de amores.
Nem boa noite, não é boa!
Nem ligo não ligo.
Num fio de pensamento embalo o sentimento.
Apurando e maturando.
Bobagens não há idade
Não muda a fala que muda.
Saudades engasgadas e rasgadas
Dia, noite e tempo em tempo, para sentir tudo de novo.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A face da dona do Blog!!


A corda que corda!

Andando em corda bamba de um lado uma montanha de outro uma estrada cheia de curvas, pedras no caminho, saltar a cada passo um personagem com suas máscaras de olhar firme.
Balança a cada passo que dou brisa mansa que consola o meu ser, um gole de vinho, ande de olhos abertos.
Inebriada durmo em colchões de flores mas acordo na corda bamba, inicia, começa, retorna, estudar, pesquisar, novo de acordo de novo...
As curvas e letras se embaralham num bailar de sons e cores embalando num rito de prazer e dor.
A atriz que triz que trisca num dançar da minha mão, chuva na tarde imaginando a chegada num êxtase  me leva muito longe.
Na corda que acorda, minha corda, salto para vida, misturada de morte mórbida que jamais morre, máscaras sorriem para mim, vidros limpos no chão, acordo.
sapatinha meia ponta na ponta da corda, som, batuque de negros, arrepios.
Quarteladas estralam no pisar da dança, adrenalina na cabeça, subir alto, alto, alto e descer na corda, ponta cabeça, força na corda, acordo.
Na corda, sentada, de olhos fechados, não movo, não quero ser nada nem ir a lugar nenhum...


Meyherhold e o teatro universal

Meyherhold buscava um teatro festivo, que "intoxicaria o espectador com taça dionisíaca do eterno sacrifício  e faria dele um "quarto criador" , além do autor, diretor e ator". Sua participação seria emocional e não física  Sua tarefa seria "empregar sua imaginação criativamente a fim de preencher os detalhes sugeridos pela ação no palco.

Dioniso, hypocritès e o Teatro!


Na Trácia havia um Deus chamado Dioniso, Deus da vinha e da embriagues. Mas os gregos conservadores viam com suspeita os seus ritos e combatiam sempre que podiam seus seguidores.
O Primitivo cortejo de Dioniso consistia numa festa campestre onde iniciavam uma caçada animal, de algum modo encarnavam o deus adorado. Musicas, danças, vinho, fumaça de certas sementes tudo isso excitam os fieis à orgia mística; estando eles disfarçados com peles de chifres de animais selvagens, chegam a uma espécie de furor, que os induz a precipitar-se no rastro do animal sagrado, quando encontrado é morto e despedaçado e devorado, numa furiosa confissão humana de sede do divino e confuso anúncio da comunhão. Uma cena emblemática onde Dioniso triunfa.
É a união entre os homens e a natureza selvagem. festeja-se tudo, celebra-se para tudo, a colheita d uva até a morte e ressurreição da vinha, lembrança da morte e ressurreição do próprio deus.
Durante muito tempo o culto ficou longe das cidades, civilizadas e apolíneas.
Em algum momento do ritual ocorreu uma mudança o ditirambo o canto lírico. Um dia o coro teria dividido em dois os corifeus  dialogavam , mais ainda se tratava de alguém de quem se falava.
Certo dia um dos corifeus falou em nome do deus, assumindo a sua existência," Eu sou Dioniso" Um grupo de pessoas ébrias de vinho e musica, ébrias de entusiasmo, suscita a fictícia aparição do próprio Dioniso que passa a falar e agir em seu próprio nome, num verdadeiro aqui e agora. Esse é o embrião de uma representação teatral.

D'Amico, Silvio, Storia del teatro drammatico. Milano, Garzanti, 1960
Estudo de história da cultura clássica. Lisboa, Fundação C. Gulbenkian, 1967

Pois o objetivo do teatro, a principio e agora, foi e é oferecer uma espécie de espelho à natureza, mostrar à virtude os seus próprios traços, à derrisão a sua exata efígie, à sociedade a verdadeira imagem do seu tempo...(Hamlet, Shakespeare, Cena II do III Ato)